sábado, setembro 23, 2006

O Gato – Musa Inspiradora

Olá
Pela sua beleza, pela sua nobreza, pelo seu misticismo, mas também pela sua doçura e dedicação, o gato tem sido, ao longo dos séculos, a musa inspiradora de tantos e tantos escritores, poetas, compositores, pintores, escultores.
É a Dante Alighieri, o mais genial poeta de Itália, que se deve, em parte, a recuperação do crédito e admiração pelos gatos, depois da fase negra da Idade Média. Os gatos foram também fonte de inspiração para Goethe, Lope de Vega, Ernest Hoffmann e tantos outros. Quem não ouviu já falar do famoso Gato Murr (de Hoffmann), do Gato das Botas (tornado famoso pelos Irmãos Grimm), de Thomas Gray – o gato filósofo (de Philip J.Davis).
E quem não conhece os encantadores “Aristogatos”? A Duquesa e os seus adoráveis filhotes – Maria, Berlioz e Toulouse. E o bom amigo Tom?

E o Garfield? Encanto de “gato”!

Ao longo das nossas “conversas” tenho tentado mostrar um pouco como os nossos amados gatos têm sido inspiração para tantos belos escritos de outros tantos consagrados nomes da literatura: Eugénio de Andrade, Alexandre O’Neill, Mia Couto, etc., etc., etc.
Seria um erro imperdoável não falar da escritora francesa Colette (1873-1954). Não houve, talvez, ninguém que tanto tivesse amado os gatos e os tivesse retratado com tanta frequência na sua obra literária. Esta “terá sido o mais belo hino de toda a literatura à grandeza e à beleza dos gatos” – José Jorge Letria – “Amados Gatos”.
E como sou de Leiria, seria também um erro imperdoável esquecer-me de grandes nomes que, também aqui nascidos, por vezes se inspiraram nos gatos para escreverem. São encantadores estes dois poemas.

O Gato

Em Janeiro, no mês que principia,
é natural que o “Foco” seja um gato!
Por isso lhe estampamos o retrato
tão flagrante que quase arranha e mia.

Não beija a mão de quem o acaricia.
Ao contrário do cão, é rude e ingrato,
mas nessa relutância ao doce trato
que dignidade a sua! Que ousadia!

Depois, no amor não usa fingimento,
Impõe-se, quer, tem actos de tirano
e grita o seu triunfo à lua e ao vento!

Ponha os olhos ali o ser humano
e diga se tem mais merecimento,
corpórea e moralmente, que um bichano!

Acácio de Paiva

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O Gato

O gato à sua janela,
ao sol que brilha fulgindo,
vai dormindo,
vai pensando
e vai sonhando:

”Ó minha linda casinha,
tu és minha, muito minha,
nem há outra melhor que ela!”

O gato à sua janela,
ao sol que brilha fulgindo,
vai dormindo,
vai pensando
e vai sonhando:

Pelas longas noites de invernia,
quando o vento, num lamento,
muito lento, muito longo,
muito fundo, de agonia,
ruge e muge,
e a chuva bate à janela,
nos vidros, fina a tinir,
- ai como é bom dormir
ao serão, todo enroscado
ao pé do lume doirado,
fazendo ron-ron, ron-ron…

O gato à sua janela,
ao sol que brilha fulgindo,
vai dormindo,
vai pensando
e vai sonhando:

“Não tenho inveja a ninguém:
nem aos pássaros no ar,
a voar;
nem aos cavalos saltando,
galopando;
nem aos peixinhos do mar,
a nadar;
não tenho inveja a ninguém,
aqui da minha janela,
onde me sinto tão bem…

Ó minha linda casinha,
tu és minha, muito minha,
não há outra melhor que ela!”

Afonso Lopes Vieira


Até breve

domingo, setembro 17, 2006

Gatafunhando

Isto de falarmos muito tempo sobre o mesmo assunto custa um bocado! E assusta! Quem muito fala pouco acerta! Às tantas, sabe-se lá, os meus “gatimanhos” estão cheios de “gatos”… É que já me aconteceu “meter-me” em certos assuntos, em que não sou um “expert”, e depois ser um tanto ou quanto criticada! E gato escaldado de água fria tem medo!
Por outro lado, acho que todos nós, eu e os meus amigos, não pretendemos ser uma enciclopédia felina; apenas, e só, gateiros, isto é, amigos de gatos. Claro que, lá diz o velho ditado, de noite todos os gatos são pardos; não sabemos quem nos visita! Mas, por certo, inimigo não será!
E pronto. Hoje estou que nem posso com uma gata pelo rabo. Só vim mesmo aqui como gato por brasas, o que é o mesmo que dizer, de fugida, para vos deixar o meu OLÁ.
Desculpem estas garatujas, estes gatafunhos, e olhem-me só para esta gataria!...

A Chana


O Turras

A Tartaruga

A Maggie

O Chico

O Bombom

O Risquinhos

A Rita e o Bombom

Até breve.

sábado, setembro 09, 2006

Oh Céus, fui etiquetada!

Meteste-me em boa, 2pintas !
Bem tive que procurar para perceber!
Já sei como é o jogo.
Passo a explicar aos meus nomeados: cada um terá que imaginar seis "etiquetas" que os caracterizem. Para melhor exemplo sigam o link acima...por exemplo.
E faço já a nomeação:
arqueólogo moura, Azoriana, dispersamente, alda maia, a voz d povo, mafalda

E agora as minhas etiquetas:




Gosto de:

Ler, jardinar, fotografia, viajar, escrever, da família...

E gosto de GATOS

O que esperavam?!...

domingo, setembro 03, 2006

Árvore genealógica felina

Olá
Hoje vou tentar fazer a “árvore genealógica dos felinos”. Não é tarefa fácil. Isto porque a minha arte como desenhista deixa muito a desejar.
Irei partir dos mamíferos. Claro que muito haveria ainda para falar mesmo antes do aparecimento dos mamíferos. Seria cansativo para todos e também muito difícil para mim. Sou apenas uma curiosa nesta matéria (como em tantas outras). Apenas adoro gatos. Mas retrocedamos, então, cerca de 65 a 70 milhões de anos. Apareceram os primeiros mamíferos. Há 40 milhões de anos surgiu o Proailurus, animal metade civeta (que, como as genetas, são “viverrídeos” – carnívoros caracterizados pelo corpo longo, membros curtos e fortes, com cinco dedos nas extremidades, garras semi-retrácteis e glândulas perianais que produzem um forte odor almiscarado. A geneta pode considerar-se como o primeiro “gato” egípcio. Está em perigo de extinção, só se encontrando e raramente, no sul e França e Península Ibérica) e metade gato. Era um animal plantígrado, isto é, que se deslocava apoiando no solo todos os ossos do pé. Há 25 milhões de anos apareceu o Pseudoailurus. Digamos que foi o protótipo do verdadeiro gato. Mas foi só há 12 milhões de anos que realmente surgiram os gatos. O antepassado mais directo do gato-bravo, e depois do gato-doméstico, foi o gato-bravo de Martelli que desapareceu, talvez, há cerca de 1 milhão de anos.
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Desde sempre que os felídeos, todos eles, grandes e pequenos, despertaram nos homens os mais variados sentimentos. A sua beleza, força e destreza sempre os fascinaram. Talvez por isso o grande desejo que o homem sempre teve de se cobrir com as peles de felídeos. Ter um casaco de pele de tigre ou leopardo representa ainda, para muitos, um símbolo de estatuto social. Seja a que preço for. Monetário e de vidas animais. Esta “tradição”, a par de tantas outras (a utilização de determinadas partes do corpo de felídeos como estimulantes ou talismãs) e a destruição dos seus habitats naturais, têm vindo a pôr em perigo a existência de tantos e tão belos “gatos”.
Hemingway, também ele, foi um amante dos gatos. Que melhor legenda para as nossas fotos de hoje (todas de felídeos em perigo de extinção) que o título de uma das suas grandes obras?

Por Quem os Sinos Dobram

O Lince
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O Tigre
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O Jaguar
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O Leopardo
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Será o desaparecimento dos grandes felinos inevitável? Tenho esperanças que não. E tenho fé na sensatez do homem. Os primos selvagens dos nossos gatos são, sem dúvida, dos animais mais belos do Mundo! Um tesouro a preservar.
Até breve.