sábado, agosto 26, 2006

Momentos de ternura

Olá
Que grande ausência! Já tinha saudades de vir “gatimanhar” um pouco…
As férias foram boas? Eu, confesso, tive as férias mais bonitas da minha vida. Um sonho tornado realidade. Fui aos Açores, mais propriamente à Ilha Terceira. Terra da minha mãe e de todos os seus antepassados. Um dos poucos, se não o único lugar do Mundo que eu, do fundo do meu coração, desejava visitar. E adorei! Terra mais maravilhosa, ainda, do que eu imaginava!

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Esta é a Lagoa das Patas, também conhecida por Lagoa da Falca. Um dos “cantinhos” encantadores de uma ilha encantada!
Uma lagoa coberta de nenúfares. Em volta uma lindíssima mata de enormes cedros-do-mato. De um dos lados, altos rochedos cobertos de luxuriante vegetação onde, com os vários verdes, se misturavam o rosa e o azul das hortênsias e agapantos e os amarelos e vermelhos das canas. E agora imaginem o som do chilrear de centenas de passarinhos…
Mas, claro, não pensem que me esqueci dos nossos queridos gatos! E, se bem que não fosse a nossa prioridade principal, sempre andámos bem atentos, não fossemos voltar sem uma foto de um “digno gato terceirense”! Já pensávamos não o conseguir, quando o inesperado aconteceu.
Íamos a subir o Monte Brasil, quando os meus netos gritaram ter visto um gato à beira da estrada. E lá estava ele, um lindo gatinho malhado. Chamámo-lo e ele respondeu com um simpático “miau”. Mas, quando nos preparávamos para o fotografar, talvez com medo do barulho do motor da nossa carrinha, voltou costas e entrou na mata. Bem que o chamámos e voltámos a chamar; sem resultado. Foi mais uma desilusão, mas paciência! Continuámos até ao cimo do Monte Brasil. Saímos da carrinha, e mal começámos a caminhar, ouvimos um miar atrás de nós. Qual não foi o espanto ao apercebermo-nos que era o gatinho (afinal gatinha, como viemos a constatar) que encontráramos na estrada!
E aconteceram momentos de ternura no Monte Brasil!
Foram “festinhas” nossas, “turrinhas” dela… partilhámos até as nossas bolachas!

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Se tratássemos toda a gente que encontramos com o mesmo afecto com que tratamos o nosso gato preferido, as pessoas também ronronavam” –
Martin Buxbaum
Até breve.

sábado, agosto 12, 2006

Sabia Que…?

Eu sei que está um calor de enlouquecer!
Eu sei que lhe apetece muito mais uma rica banhoca no mar (ou piscina…ou rio…) que uma cadeira e um computador!
Eu sei que lhe apetece muito mais gozar as suas férias, descansar, dormir, em vez de ouvir falar de gatos!
Mas deixe-me só dizer-lhe OLÁ e perguntar-lhe:
Sabia que…
- …os gatos são os mamíferos que mais dormem, perfazendo um total de 16 a 18 horas diárias?
- …os gatos são altamente sensíveis às vibrações, chegando a ser utilizados em Itália, junto ao Etna, como “sistema de alarme”?
- …os gatos se servem dos bigodes para tactear, assim como nós o fazemos com os dedos?
- …o gato mais pesado de que há conhecimento, foi o Himmy, com 21,25 kg? Viveu na Austrália e morreu com 10 anos de paragem respiratória.
- …a cauda do gato é, digamos, o seu “leme”? Sem a ajuda deste “leme” o gato não conseguiria cair sobre as quatro patas. É também a cauda que lhe permite caminhar ao longo de muros estreitos, pois ela funciona como contrapeso.
- …o ronronar dos gatos constitui óptima terapia contra o stress e a solidão?
- …se um gatinho bebé tiver três cores é de certeza uma fêmea?
- …a maior ninhada jamais registada foi a da gata Tarawood, de Inglaterra? Teve 19 crias: 4 nados-mortos,1 fêmea e 14 machos.
- …se um gato adulto branco tiver olhos azuis é, sem dúvida, surdo?
- …o gato mais pequeno que há é o gato-bravo vermelho malhado da Índia e do Sri Lanka que pesa cerca de 1,5 kg?
- …os gatos são os mamíferos mais brincalhões, gostando de brincar mesmo já velhos?
- …o gato faz com que as vibrações percorram os ambientes, trazendo assim a toda a casa os seus benefícios?
- …o gato é um animal de grande inteligência e com uma memória tão desenvolvida que com facilidade aprende a bater à porta ou janela para entrar e a abrir as portas puxando o trinco?
- …antigamente os orientais acreditavam que, quando alguém morria, era um gato que transportava a sua alma para o outro mundo?
- …os Maneki-neko ou “gatos que acenam”, que costumam aparecer em gravuras como sinal de boas-vindas, são imagens do gato Bobtail Japonês?

E sabia que…

Um galo é um galo


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Um cão é um cão

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Uma cegonha é uma cegonha

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.Um gato…


............................…é um deus!

Até breve. E boas férias…

domingo, agosto 06, 2006

Raças de Gatos

Olá


Esta semana encontramo-nos um bocadinho mais cedo. É que amanhã vou estar de festa de anos e, provavelmente, ao fim do dia nem me vai apetecer outra coisa que não seja descansar.
E hoje vou falar um pouco de raça de gatos.
Há mais de 100 variedades de gatos-domésticos oficialmente reconhecidas como de raça. Os gatos com pedigree são quase todos descendentes de gatos ditos “rafeiros” escolhidos pela sua beleza ou características especiais. Se bem que haja casos de raças nativas de uma determinada região.
No que respeita a pelagem podemos distinguir as seguintes:
- pelagem longa
- pêlo de arame
- pelagem curta
- gatos sem pêlo
Quanto aos olhos podem ser redondos, amendoados ou oblíquos. A sua vasta gama de cores depende da maior ou menor quantidade de pigmento e ainda do grau de fragmentação da luz.
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Não irei falar de todas as raças de gatos. Irei apenas referir algumas, segundo o meu critério – os que mais gosto ou que acho mais originais.
De pêlo comprido farei talvez referência especial ao Persa Chinchila. É de um branco imaculado, com uma cabeça redonda e larga e nariz achatado, cor-de-rosa debruado a preto. É menos corpulento que os restantes Persas, mas muito robusto e resistente. Um gato que eu adoraria ter! Quem sabe?...
Admiro, também, o Gato Sagrado da Birmânia. Faz, no seu aspecto, lembrar um Siamês de pêlo longo. É muito manso e afável e aprecia a convivência com os humanos e os outros animais.
De pêlo curto, não posso deixar de referir o Gato Pêlo Curto Britânico Branco. O seu pêlo tem que ser imaculadamente branco. É muito inteligente mas um tanto vadio.
E o Siamês, com todas as suas variedades de pelagem, que pode ir do branco ao castanho-escuro, passando pelo castanho-chocolate, marfim ou cinza-rosado. É um gato muito extrovertido, muito inteligente e com grande devoção pelo dono.
Jean Cocteau tinha a companhia de Jean Marais e dos seus dois gatos siameses…Sempre gostara de gatos, mas, nos últimos anos de vida, dera preferência aos siameses. Sobre os gatos escreveu palavras quase tão belas como as que lhes dedicou Charles Baudelaire, poeta que nunca deixou de colocar no mais elevado altar da magia dos versos. Para ele, pode dizer-se que os gatos foram as “flores do bem” e não do mal.” – in “Amados Gatos” – José Jorge Letria
Pela sua originalidade referirei o Bobtail Japonês. A cauda tem 10 a 12 cm de comprimento, mas anda sempre enrolada aparentando ter 5 a 7 cm. Quando estão sentados os Bobtail erguem, por vezes, uma patinha. É um gato que, dizem, dá sorte.
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Ainda, pela sua originalidade, irei falar um pouco do Gato da Ilha de Man.
É um gato de pêlo curto que faz lembrar o Pêlo Curto Britânico. Mas não tem cauda. Em vez dela deve existir uma concavidade na extremidade da coluna vertebral – são os “Rumpy”.
Há, no entanto, alguns gatos com caudas residuais. Dependendo do tamanho dessa cauda são os “Risers”, os “Stumpies” e os “Longies”. A falta da cauda não é uma mera anomalia. Há um gene mutante responsável por esta anomalia e responsável também por uma fecundidade diminuta nesta raça. Muitas crias nascem mortas ou morrem após o parto. É também o gene que provoca deformações ósseas neste gato. Uma dessas deformações é o comprimento excessivo dos membros posteriores, o que lhe dá um andar saltitante como um coelho.

Depois temos os gatos sem pedigree – os “rafeiros”. Para mim os mais bonitos de todos. Encontramos neles todas as cores de pelagem, todas as cores e feitios de olhos, a mesma elegância e a mesma mística. São bem os descendentes dos gatos sagrados dos faraós. E são de uma lealdade incomparável para com o ser humano. Fieis companheiros para toda a vida.

Eu sou o gato esguio e atento que costumava sentar-se sobre um tapete bordado a ouro, à direita do faraó.” – in “Amados Gatos” – José Jorge Letria.


E nós somos alguns dos adorados “rafeiros” que partilhamos a casa, o jardim e os corações dos nossos donos.
O Rapazito

O Lingrinhas

O Preto

A Cinzenta .

A Rita


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Poema do Gato

Quem há-de abrir a porta ao gato
quando eu morrer?

Sempre que pode
foge prà rua,
cheira o passeio
e volta pra trás,
mas ao defrontar-se com a porta fechada
(pobre do gato!)
mia com raiva
desesperada.

Deixo-o sofrer
que o sofrimento tem sua paga,
e ele bem sabe.

Quando abro a porta corre pra mim
como acorre a mulher aos braços do amante.
Pego-lhe ao colo e acaricio-o
num gesto lento,
vagarosamente,
do alto da cabeça até ao fim da cauda.
Ele olha-me e sorri, com os bigodes eróticos,
olhos semicerrados, em êxtase,
ronronando.

Repito a festa.
vagarosamente,
do alto da cabeça até ao fim da cauda.
Ele aperta as maxilas,
cerra os olhos,
abre as narinas,
e rosna,
rosna, deliquescente,
abraça-me
E adormece.

Eu não tenho gato, mas se o tivesse
quem lhe abriria a porta quando eu morresse?

António Gedeão – Novos Poemas Póstumos