domingo, julho 16, 2006

A linguagem dos gatos

Talvez, para alguns, a linguagem dos gatos seja algo enigmática. Mas, se repararmos bem, não é difícil de compreender. Basta estarmos atentos, não só à vocalização, mas também à postura do corpo e focinho do gato, para o percebermos. E a ideia de que os gatos são falsos e imprevisíveis é um enorme mal-entendido. Os gatos, normalmente, não atacam sem aviso prévio. Todos sabemos que o bufar de um gato indica ameaça. Bem como o arquear do dorso, acompanhado do eriçar do pêlo e cauda, orelhas deitadas para trás e pupilas dilatadas.
Mas a sua postura corporal também indica que o gato está satisfeito. Assim, quando o gato acorda, normalmente curva o dorso e, em seguida, espreguiça-se esticando-se com suavidade. É um sinal de prazer e, quem sabe, um exercício tonificante.
Quando o gato se nos dirige com a cauda levantada, a ronronar e a roçar-se nas nossas pernas, é sinal que está feliz e que só deseja umas festinhas. Se ele nos olha, soltando pequenas miadelas é porque deseja a sua refeição ou, pelo menos, um petisco.
Se, com a cauda levantada, se roçar a miar, é porque deseja que o sigamos. Quantas vezes para que lhe limpemos a sua “sanita”, ou para lhe abrirmos uma porta.
Na opinião dos estudiosos o vocabulário do gato possui 16 sons que podem ser reconhecidos pelo homem, divididos em 3 categorias:
o murmúrio – ronronar e miados suaves
a chamada de atenção – miados sonoros (que podem indicar aviso, convite para brincar, cumprimento ou desapontamento)
sopros e rosnados – estes sons, normalmente, são dirigidos a outros animais, mas podem também ser dirigidos ao homem.
Entre eles, os gatos, além de utilizarem a vocalização e a linguagem corporal, utilizam também o toque (esfregando os focinhos e lavando-se uns aos outros) e o odor. Identificam-se cheirando-se na cabeça e debaixo da cauda, onde se encontram as glândulas odoríferas.
Se, por acaso, te encontrares na rua, numa noite fria, escura, assustadora, não sofras em silêncio. Mia, geme, alto e persistentemente – o teu humano levantar-se-á alegremente da cama para te ir buscar e te preparar um leite quentinho com bolachas.” – in “Queridos Gatinhos” – Stuart e Linda Macfarlane
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A Pantufa

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A Faneca

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Também em casa da minha filha se respira um clima de amor pelos animais. Neste momento são SÓ: 2 caturras, alguns mandarins, um peixe, 2 cães e duas adoráveis gatinhas.
A mais velha, a Pantufa, tem cerca de 3 anos. Um dia o meu neto Guilherme viu-a na loja de animais. Ficou fascinado com ela. E de tal maneira que os pais acabaram por voltar à loja para a comprar. É lindíssima. E o pormenor da cauda faz-me lembrar um Bobtail Japonês. Esta raça de gatos tem uma cauda apenas de 10 a 12 cm de comprimento, mas aparentando ser mais pequena, pois a sua posição normal é enrolada. Anda lá algum “genezito”, por certo. Misturado com algum gene siamês…O resultado saiu bastante engraçado. É uma gata muito senhora do seu nariz e que adora deitar-se nas costas do cadeirão da sala.
A outra é a Faneca, uma adorável gatinha preta. Um poço de ternura, que adora passar as noites a dormir deitada em cima da minha filha.
Uma manhã bem cedo, a Inês, minha filha, começou a ouvir os cães a ladrar. Levantou-se e pareceu-lhe ouvir também um lamentoso miar, vindo do terraço. Foi ver. E qual não foi o seu espanto ao deparar-se com um novelinho preto, cheio de frio, num cantinho longe dos cães. O engraçado é que junto da gatinha estava um montinho de ração. Por certo, alguém a lá foi pôr, e em boa hora. Como é natural, os meus netos ficaram em grande excitação e logo correram a pedir autorização ao pai (da mãe tiveram-na de imediato) para ficarem com a gatinha. Autorização concedida e logo me foi dada a notícia pelo telefone. Escusado será dizer que, assim que me foi possível, lá estava eu para que me apresentassem o novo membro da família.
Os meus netos, a Mafalda e o Guilherme, são dois entusiastas por gatos. Sobretudo o Guilherme. E os gatos, todos eles, adoram-no. Quando vem a minha casa o reboliço que ele e o Rapazito fazem é, por vezes, de nos cansar, mais a nós que a eles próprios.

“…Arthur, um enorme gato castrado, não sofria de outro mal excepto uma tendência dos seus dentes para criarem tártaro.
…Arthur era a negação viva de todas as teorias segundo as quais todos os gatos são de natureza fria e egoísta. Os seus belos olhos, enquadrados no maior focinho de gato que eu já vi, olhavam o mundo com uma benevolência que tudo envolvia. Todos os seus movimentos eram dignos. Quando comecei a raspar-lhe os dentes, emitiu um ronronar profundo, como o som distante de um motor de popa. Acidentalmente, atingi-lhe a gengiva. Ele ergueu calmamente a pata robusta, como que a dizer: - Eh pá, tem cuidado! – mas manteve as garras encolhidas
.” – in “Como Deus os Criou” – James Herriot.
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Não resisto à tentação de vos mostrar a hora da refeição da Cinzenta e dos filhotes.
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3 comentários:

RE disse...

óin **--** que fofos esses gatos!!!!!
mto lindos!!!
mto bom o texto!! :D

Júlia Marcuz disse...

:D nossa, o texto é muito bem escrito e as fotos são lindas. Parabéns pelo blog!

Anónimo disse...

Cada vez que vejo algum assunto sobre gatos me sinto enobrecida, pois é uma dádiva te-los em nossas vidas!
Marcia