domingo, junho 25, 2006

Nasceram Gatinhos

Os gatinhos bebés são os seres mais “ternurentos ” do mundo animal.
A gravidez de uma gata doméstica dura cerca de 65 dias e a mamã dá à luz ninhadas de normalmente quatro gatinhos.
Logo que um gatinho nasce a mãe lambe-o e corta o cordão umbilical com os dentes. Depois, e normalmente, a gata tenta comer a placenta (uma de cada gatinho, salvo no caso de gatinhos gémeos verdadeiros). Depois de todos nascerem a mãe dá-lhes a primeira mamada. Os gatinhos procuram uma teta e começam a mamar. Será sempre a sua teta. Nesta altura para a mamã gata a sua ninhada torna-se o centro do mundo e, durante dois ou três meses, ela irá ensinar aos filhotes tudo o que precisam para sobreviver.
Quando um gatinho nasce pesa entre 70 a 135 gr. E mede de 11 a 15 cm. Tem os olhos fechados, não ouve, mas já é capaz de “gatinhar”, se bem que desajeitadamente. Por volta do 5º dia de vida o gatinho tem a primeira reacção a ruídos. No 7º ao 10º dia (podendo ir até ao 16º) o gatinho abre os olhos. Ao perfazer a 4ª semana de vida o gatinho já tem o ouvido bem desenvolvido. Dá os primeiros passeios e come a primeira comida sólida.
Entre a 4ª e 7ª semana de vida o gatinho deixa de mamar. Por volta da 10ª semana de vida o gatinho vê bem e tem movimentos bem desenvolvidos. Mas só às 12 semanas o “nosso” gatinho vê plenamente e a dentição permanente começa a rebentar.
Com um mês de idade o gatinho já pesa 250 gr a 500 gr e já trata da sua higiene. Com 6 semanas pesa de 315 gr a 700gr. Às 8 semanas pesa 400 gr a 900 gr e tem toda a dentição de leite. É altura de ser desmamado.
Quando, numa casa, há uma gata e um gato, este, durante as 3 ou 4 primeiras semanas após o parto, mantém uma atitude reservada em relação à ninhada. Vai até junto da cama, cheira-a e um pouco irritado vai apreendendo os novos cheiros. Por vezes os gatinhos assanham-se e não é raro a mamã dar uma patada no gato. Mas, ao fim de pouco tempo, o gato começa a ajudar a fêmea a tomar conta dos filhotes.
Há gatas que adoram adoptar os gatinhos de outras gatas e tratam-nos tão bem como se seus filhos fossem.
Como já disse, por volta das 8 semanas, os gatinhos começam a ser desmamados. Às 10 semanas já são praticamente auto-suficientes. E é a idade em que os gatinhos são mais encantadores! Só a mãe gata não se deixa enternecer e começa, então, com bufos, assopradelas e por vezes patadas, a afastá-los e a dar-lhes a entender que está chegada a hora de se separarem. Provavelmente já virão mais “bebés” a caminho…
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Os gatos ronronam sempre quando estão contentes, o que é mais do que se pode dizer dos homens.” – William Ralph Inge
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Até para a semana. Continuo à espera da vossa “companhia”.
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A Lili e o Rapazito

A nossa gata Lili nunca teve bebés. Mas nem por isso deixou de ser uma mãe extremosa para com o nosso gato, o Rapazito.
A história começa em Maio de 2005.
Gatos brancos sempre me fascinaram. Um dia, tendo entrado numa loja de animais, a fim de comprar comida para os meus pássaros, reparei que dentro de uma gaiola estava um gatinho branco. Aproximei-me, falei com ele. Pareceu responder-me. Apaixonei-me de imediato. E comprei-o. Mais tarde, já em casa, e passada a euforia do momento, reparei que o gatinho, além de estar repleto de pulgas (estive seguramente uma boa hora a fazer-lhe a limpeza), também era extremamente raquítico e debilitado. Reparei também que sofria de uma enorme diarreia. O meu primeiro pensamento foi devolvê-lo à loja, mas logo me arrependi. Se o tivesse feito teria, por certo, cometido um crime, pois o gatinho não sobreviveria. Marquei consulta na clínica veterinária. Foi bastante difícil descobrir-se a causa da diarreia, até que, finalmente, chegámos à conclusão de que o Rapazito (nome que já lhe escolhêramos) era alérgico ao leite, inclusive o próprio para gatos. Mas não foram só os meus cuidados e a ajuda do médico veterinário que o salvaram. A Lili, até aí uma gata bastante arisca para com todos os outros animais, transformou-se por completo e, admiravelmente, adoptou o gatinho! Foi uma mãe exemplar em cuidados, carinhos, preocupação constante. Se hoje o Rapazito é o gato bonito que temos, devemo-lo quase que em exclusivo à Lili. À nossa querida Lili.
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Legendas para quê?...

domingo, junho 18, 2006

Gato – animal diabólico

Olá

Falava-vos eu do culto que os egípcios tinham pelos gatos. Essa adoração era de tal forma que, quando um gato doméstico morria, todos em casa punham luto e rapavam as sobrancelhas.
Do Egipto os gatos domésticos passam para a Grécia e para a Itália, onde aparecem no século I D.C..Mais tarde o gato é levado pelos romanos para a Europa Central tendo-se aos poucos espalhado também pela Europa do Norte. Em Inglaterra, por exemplo, pagava-se uma multa sempre que se matasse um gato. Havia, até, um preço estipulado para venda de gatos, chegando mesmo um gato bom caçador a atingir o preço de um vitelo.
Até finais do século XIV o gato continuou a ser um animal querido e protegido. Porém, a partir de então, passou a ser considerado um demónio, um ajudante e companheiro das bruxas. Foi largamente perseguido e muitos eram queimados em fogueiras. Só recentemente o gato voltou a ser considerado com animal de estimação, se bem que já há muito tivesse deixado de ser perseguido.
Por curiosidade, os gatos existentes na América são todos descendentes dos gatos levados a bordo dos navios, pois naquele continente, bem como na Austrália, não existiam gatos domésticos.
Permitam-me que acabe novamente com um belo pensamento sobre gatos, este de Théophile Gautier.
“Se souberem ser dignos de um gato, ele tornar-se-á vosso
amigo, mas nunca vosso escravo.”
Até breve.

Uma vez mais o meu querido e saudoso Giló

A Lili

Depois da morte do Giló, eu disse nunca mais querer nenhum gato. De nada me valeu esta “vontade”. Um dia, como presente de aniversário (fez agora três anos), a minha filha Inês, o meu genro Carlos e os meus netos, a Mafalda e o Guilherme, apareceram-me com um presente maravilhoso. À frente vinha a Inês com uma doce gatinha.E depois cada um trazia um acessório diferente, desde a comida, até à caminha, passando por brinquedos e tudo o mais que um gatinho precisa.
E foi à Lili, que ternamente chamamos de Menina, que eu um dia fiz estes versinhos.


Lili

Há dois anos recebi
Pelos anos um presente
Que, por gatos adorar,
Eu fiquei muito contente.

A minha filha ofereceu-me
Enroscada num cestinho
Gatinha toda laroca
E de olho azulinho.

Com a ajuda dos meus netos
Um nome logo escolhi
Não podia ser melhor
E logo ficou Lili.

A Lili para onde eu vou
Lá vai ela atrás e mim
Dá-me beijos e turrinhas
E dentadinhas…enfim!

E com tanta simpatia
O dono até conquistou!
Menina pôs-se a chamar-lhe
Por “nossa menina” ficou.

E a nossa gata Lili
Com seu arzinho adorado
Foi mesmo o melhor presente
Que me podiam ter dado.

In “Pedaços de Mim”
Nº 13 – 25 Poemas – Folheto Ed. 2005

segunda-feira, junho 12, 2006

"MAU" o gato do Egipto


“Mau” o gato do Egipto

Olá

Podemos continuar a nossa conversa de “gatos”?

O aparecimento do gato doméstico vem já de tempos imemoriais. É no século VI A.C., na Anatólia, que aparecem as primeiras imagens representando o gato doméstico. Mais tarde, nos séculos V e III A.C. aparecem imagens de gatos em Jericó e no Iraque.
No Egipto os primeiros hieróglifos para a palavra gato aparecem no século II A.C..Os gatos eram representados pelas palavras “Miw” ou “Mau”.Este era também o nome dado à divindade felina do lar e de todos os gatos domésticos. Igualmente no Egipto o gato, pelos serviços prestados como guarda dos celeiros, passou a ser considerado animal sagrado. Bast, deusa que simbolizava o calor do sol e filha de Ra (o sol) era representada com cabeça de gato. À cidade de Bubastis e ao templo dedicado a esta deusa (e cujas ruínas foram descobertas em 1887) acorriam peregrinos de todo o Egipto que ofertavam à deusa gatos de bronze e cerâmica. Levavam também os corpos embalsamados dos seus gatos, que haviam morrido, para aí os deixarem num dos muitos cemitérios de gatos que existiam na cidade sagrada.
No templo da deusa Bast existiam sacerdotes que cuidavam com todo o zelo do bem-estar dos gatos sagrados. Se algum não desempenhava correctamente as suas funções era severamente punido.
Apenas mais uma curiosidade acerca do Egipto e do seu culto por gatos.
Em 525 A.C. o rei persa Cambises, que tentava conquistar a cidade egípcia de Perlusium, aproveitando-se do medo que os egípcios tinham de matar gatos, ordenou que todos os soldados atassem gatos aos seus escudos. E, assim, conquistou a cidade sem qualquer dificuldade, pois os egípcios de imediato se renderam.

“Adoro os meus gatos porque adoro a minha casa, e aos poucos eles vão-se transformando na sua alma visível”.

E com este lindo pensamento de Jean Cocteau, me despeço, até breve.


O Giló, de quem já vos falei, e o Xico Manuel.
O Xico foi um gatinho que a minha filha Inês um dia trouxe para casa escondido no casaco. Tinha um palmo de tamanho, se tanto. Só à custa de muito carinho e muitas vitaminas conseguiu sobreviver. Era lindo, mas nunca foi um gato muito resistente. Infelizmente morreu novo.


O Giló adorava “ajudar” na cozinha…
A água nos alguidares de lavar hortaliça era uma tentação! Ao mais pequeno descuido da nossa parte e o Giló tomava banho de imersão!

domingo, junho 04, 2006

Felis Catus

Olá

A minha grande simpatia por gatos é coisa que, penso, nasceu comigo. Sempre achei o gato um animal de grande inteligência, com enorme personalidade e capaz de grande carinho para os que lhe são queridos, sejam eles outros gatos, cães, pessoas e até mesmo pássaros ou pequenos roedores. Li, há tempos, não me recordo onde, que para os cães, os donos fazem parte da sua vida; para os gatos os donos são a sua vida. Plenamente de acordo. E se eu gosto de gatos acho que eles também gostam de mim. Sem grande esforço da minha parte vão-se aproximando e em pouco tempo ficamos amigos. Neste momento, além da minha gata siamesa, de nome “Lili”, mas que, carinhosamente, tratamos por “Menina”, e do “Rapazito”, um lindo e estouvado gato branco, tenho ainda no meu jardim mais uns tantos que se aproximaram e por aqui ficaram. O “Preto” (que por acaso já não vejo há uns dias e temo que algo de mal lhe tenha acontecido), o “Lingrinhas”, um lindo e doce tigrado amarelo (que afinal descobri vive na casa em frente mas adora vir passar bons bocados aqui deste lado – cujo verdadeiro nome é “Dino”), a “Cinzenta”, uma bonita gata tigrada e os seus cinco amorosos filhotes. Misteriosamente desapareceram quarta-feira passada, voltando ontem, sábado, a aparecer cheios de fome. Infelizmente só voltaram quatro filhotes.
É um bocado problemático alimentar tanto gato. Mas espero que bons amigos (de gatos, claro) queiram adoptar alguns.
O meu marido, no blogue dele,
dispersamente, já fala largamente de gatos. É que também ele tem paixão por estes animais, ainda que mais recente que a minha. Fui eu que lhe ensinei a gostar de gatos, ou talvez e melhor ainda, foram os meus gatos que ensinaram a conhecê-los, a respeitá-los e a gostar deles. Hoje partilha comigo esta paixão, paixão que me deu a ideia de começar a escrever qualquer coisa acerca do tema. E que tema vastíssimo, creio.
Como todos sabemos o gato doméstico (felis catus) é um mamífero carnívoro da família dos felídeos e descendente do gato selvagem africano (felis libyca) e do gato selvagem da Ásia (felis silvestris).
Por agora e para acabar por hoje (ou corro o risco de me tornar aborrecida) só gostava de referir a obra de Fialho de Almeida (escritor português – 1857-1911 – que com Eça de Queiroz introduziu o impressionismo em Portugal) com o título “Os Gatos”. Esta obra é uma reunião de crónicas publicadas na imprensa de 1889 a 1894. Fialho de Almeida justifica o título da obra escrevendo no início da publicação: “Deus fez o homem à sua imagem e semelhança e fez o crítico à semelhança do gato. Ao crítico deu ele, como ao gato, a graça ondulosa e o assopro, o ronrom e a garra, a língua espinhosa e a câlinerie. Fê-lo nervoso e ágil, reflectido e preguiçoso, artista até ao requinte, sarcasta até à tortura, e para os amigos bom rapaz, desconfiado para os indiferentes e terrível com agressores e adversários.”.
Até para a semana. Prometo continuar.


O “Giló”, gato lindo, que foi nosso amigo e companheiro durante 17 anos. Morreu um mês depois da morte do seu outro grande amigo, o nosso cão “Tuiki”.
Era encantadora a amizade que sempre uniu aqueles dois animais. Dormiam juntos, comiam juntos (o cão adorava a comida do gato, o gato adorava a comida do cão), brincavam juntos. Foram envelhecendo juntos e praticamente morreram juntos. O “Tuiki” morreu no dia 1 de Novembro de 2000. Um mês depois o “Giló” que não voltara a comer nada, por muitas tentativas que eu fizesse, desapareceu de casa e nunca mais voltou. Penso que para morrer longe o que não é raro nos gatos. Chorei a morte destes dois amigos. O “Tuiki” continua no meu jardim – agora uma linda palmeira.

O “Tuiki” com um ano e o “Giló” com um mês deitados com o meu filho.

GATIMANHOS

NOTA DE APRESENTAÇÃO

Ao pretender escrever algo sobre "gatos" nada melhor que o título "GATIMANHOS" (de gato + manu-), isto é, gatafunhos/rabiscos.
Proponho-me, com este blog, escrever duma forma não regular, de qualquer modo, com todo o entusiasmo que este tema me transmite, tudo o que sei ou possa vir a aprender sobre "gatos".
E "gato" significa muita coisa...

Até muito breve, se calhar até daqui a um bocadinho!

ZAMALA